sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

GIRANDO COM A NOTICIA

“O sentimento de medo, de insegurança, de angústia, de decepção  muitas das vezes nos impede de rezar. Acredite, é nesses momentos que Jesus gostaria de ouvir a sua voz, o seu chamamento. Não faça alarde. Não se desespere. No seu silêncio, chame por Ele. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”, disse Jesus”.
Antônio Marcos 


EXCLUSIVO
PADRE VINÍCIUS DESTACA A PARTICIPAÇÃO DA JUVENTUDE NOS MOVIMENTOS CATÓLICOS
Religioso alerta, porém, que a euforia representa “perigo na caminhada de fé”

Padre Vinícius Campos, barrosense

O jovem e talentoso padre Vinícius Campos, destacou a participação da juventude nos movimentos católicos. Porém, o religioso alerta que a euforia representa “perigo na caminhada da fé”. 
O sacerdote barrosense falou de seus sonhos na missão de evangelizar, de sua maneira de pregar, e comentou alguns pronunciamentos do papa Francisco em sua peregrinação pelo mundo. 






BLOG: Onde o senhor exerce seu ministério atualmente ?
PE.: Sou vigário na Paróquia Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em São João del-Rei.

BLOG: Ter uma paróquia na qual possa trabalhar como pároco é um sonho ?
PE.:  Sim. Um sonho que irá se realizar naturalmente. Após um tempo de vigário paroquial irei assumir a responsabilidade de conduzir espiritualmente uma paróquia.

BLOG: Entendendo que cada religioso tem sua maneira de pregar. Por que o senhor optou por caminhar por entre os fieis no momento da homilia, durante as celebrações dentro da igreja ?
PE.: Foi algo que surgiu naturalmente, a partir do espaço físico da paróquia onde estou atualmente. Para os que não conhecem, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos tem quatro naves formando uma cruz. Como sentia que o povo estava longe, resolvi caminhar pela igreja, buscando uma proximidade. Assim, passou a ser algo natural que realizo em algumas celebrações. 

BLOG: No livro “Vivenciando a Palavra de Deus”, de sua autoria, o senhor torna claro que a leitura da Bíblia deve vir acompanhada da oração. Podemos dizer que a oração fortalece nossa amizade com Jesus a caminho do Pai ?
PE.:  Sim. Jesus sempre nos ensinou a buscar uma intimidade com o Pai através da oração. No evangelho de Lucas, Jesus nos diz: “É necessário orar e nunca deixar de orar” (18,1). A oração torna-se um abandonar-se nas mãos do Pai, deve ser uma constante na vida do cristão. Não uma oração “interesseira”, somente de “trocas”, mas sim de confiança, formando um laço que nos une a Cristo e assim, chegamos ao Pai (cf. Jo 14,9). Um cristão que reza verdadeiramente com o coração escuta de Jesus: “Já não vos chamo servos, mas meus amigos” (Jo 15,15).

BLOG: Que avaliação o senhor faz da presença da juventude nos movimentos católicos ?
PE.:  Positiva. Aos poucos vem crescendo cada vez mais a presença da juventude dentro da Igreja. Creio ser importante a presença e o trabalho sério da pastoral da juventude e dos grupos jovens. Pois, assim, os jovens crescem cada vez mais na fé e passam a se interessar pelos vários movimentos e pastorais católicos gerando uma renovação na vida da Igreja.

BLOG: Muitos entendem que em alguns movimentos de jovens o foco às vezes deixa de ser os ensinamentos de Jesus, a reflexão, a prestação de serviço, para dar lugar a uma grande euforia. Qual sua opinião ?
PE.:  Euforia é algo perigoso na caminhada de fé. Gosto de compará-la com aquela sementinha que caiu no terreno pedregoso, chegou a germinar, mas quando veio o sol acabou morrendo, pois não tinha raízes profundas (cf. Mc 4,5-8). Creio ser importantíssima a presença da juventude na Igreja, pois é a garantia do futuro e renovação da fé. Mas acredito ser necessária, para além da euforia, uma juventude que busca uma fé encarnada, um compromisso sério com o Evangelho, que busca aprofundar cada vez mais as raízes no amor de Deus. Assim, se a euforia passar, continuará produzindo frutos, “trinta, sessenta e cem” (Mc 4,8).

BLOG: Como o senhor avalia os vários pedidos do Papa Francisco para que a Igreja se aproxime mais das comunidades carentes ?
PE.:  Positivo. O papa Francisco levou para Roma e o mundo, o apelo que a Igreja da América Latina e Caribe já vem fazendo: a preferência pelos pobres. Sabemos que não é um discurso novo, apenas a atualização do que Jesus sempre ensinou. Jesus esteve sempre junto aos pobres e excluídos levando a graça e a misericórdia de Deus. A Igreja como fiel discípula de Cristo deve sempre se aproximar das comunidades carentes, não só com discursos, mas sim com obras que façam o amor de Deus se tornar realidade junto aos pequenos.

BLOG: O Papa também vem pedindo para que os movimentos católicos não sejam tão fechados, não haja ciúmes entre seus membros. Qual sua opinião sobre esse apelo ?
PE.:  Vejo como um alerta aos cristãos para não se fecharem no egoísmo, na autossuficiência e na vaidade. Os movimentos e pastorais da Igreja não podem formar um gueto, um grupo de perfeitos, mas sim caminhar na certeza da misericórdia divina. Reconhecendo nossas fraquezas, acolhemos o outro e buscamos caminhar no amor. Os cristãos que atuam nos movimentos e pastorais devem fazer aparecer Jesus Cristo, que é o nosso Salvador e não a si mesmos.

BLOG: O Santo Padre tem viajado pelo mundo e dando uma lição de humildade ao defender uma união ecumênica em favor da paz no Planeta. O senhor acredita que esse é um dos caminhos para um mundo sem tanta violência ?
PE.:  Sim. Trata-se de um caminho na busca da paz. Um tema forte que toca a todos nós e nos chama a realizar algo em busca da desejada paz. Para que a paz seja de fato uma realidade entre nós é preciso que cada um desarme o seu coração e acolha cada vez mais aquele que é o Príncipe da Paz. Mas na maior parte da vida, ficamos apenas brigando, discutindo entre nós sobre o melhor modo de construir a paz. Ora, não somos nós que construímos a paz. A paz é uma ação de Deus, a paz vem de Deus e se torna realidade quando nos abrimos à ação do Espírito Santo.  Pois, só será capaz de semear a paz aquele que tem paz interior.

BLOG: Em uma frase, defina a sua vocação para o sacerdócio.
PE.: Minha vocação se resume no lema que escolhi para minha ordenação sacerdotal: “Quanto a mim, de muito boa vontade gastarei o que for preciso e me gastarei inteiramente por vós” (2Cor 12,15).

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